Concordo plenamente com a criminalização daqueles que fazem apologia à ditadura militar, pois, se atentam contra a democracia, defendem golpes, são também contra os Direitos Humanos. Semana passada, alguns grupos ultradireitistas tiveram a pachorra de ir às ruas pedindo a volta dos gorilas ao poder.
O Brasil ainda engatinha no amadurecimento de suas instituições. Assistimos recentemente, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal (STF) invadindo as atribuições do Congresso Nacional, seja cassando mandatos eletivos, seja legislando no vácuo deixado pelos parlamentares. A Corte máxima também agiu politicamente ao perseguir, julgar e condenar adversários. A ação é digna de comparação ao Tribunal de Nuremberg — a Corte de exceção da Alemanha nazista.
Em um primeiro momento, o leitor poderá achar que estou defendendo o PT que teve seus membros julgados e condenados pelo STF. Pode até ser isso, mas o recente “alívio” do órgão em cima do mensalão tucano — no caso Azeredo — me dá razão nessas críticas.
Volto à História. A ditadura militar produziu um dos períodos mais violentos e mais corruptos já vividos no país. Além de prender, torturar e matar opositores, o regime mantinha relações promíscuas com empresários e imprensa que lhes davam sustentação política. Em troca, o Estado lhes retribuía com negócios, obras e informações privilegiadas.
Os 50 anos do golpe militar é para que os brasileiros nunca se esqueçam dos crimes praticados entre 1964 e 1985. Concordo com o ex-presidente FHC: os militares devem pedido formal de desculpas. Mas faço uma observação: isto não significa que as punições devam ser deixadas para lá. Pelo contrário. A Lei da Anistia, de 1979, precisa ser revogada. Segundo o Datafolha, publicado hoje pelo jornal Folha de S. Paulo, 46% dos brasileiros defendem castigo aos torturadores e 41% são contra.
Abaixo, publico o documentário “15 filhos” de Maria Oliveira e Marta Nehring, que retrata os horrores e crimes praticados pela repressão militar no Brasil:
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