quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Paralisação trava agronegócio do interior ao porto de Paranaguá

O Paraná começa a sentir os efeitos do bloqueio de rodovias e da paralisação articulada por caminhoneiros e transportadores nas principais rodovias do estado. O maior risco é para cargas perecíveis, como leite e carnes, bem como o frete de insumos para a ração desses animais.
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) indica que já existem “informações sobre bloqueios de caminhões com cargas perecíveis que afetam diretamente produtores e indústrias de lacticínios, frangos, suínos e de grãos.” A entidade pede agilidade na resolução do impasse.
Responsável por processar a produção pecuária de quatro cooperativas do Oeste paranaense (Lar, Coopavel, Copacol e C. Vale), a Frimesa, de Medianeira, suspendeu o recolhimento do leite nas propriedades dos 4,7 mil integrados.
Normalmente são captados cerca de 730 mil litros do alimento por dia, mas a empresa indica que está enfrentando dificuldades para fazer o escoamento dos produtos.
Em Missal (Oeste), o pecuarista Thiago Flach diz que caso não haja recolhimento até amanhã ele será obrigado a descartar de 600 litros de leite. “Não dá para deixar no resfriador por mais de dois dias e a ordenha tem que continuar. Para compensar estou cortando alguns custos em itens como a ração”, diz.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, declarou que há risco de morte de aves por falta de alimentação. “Não somos contra os protestos, mas pedimos que os manifestantes que estão bloqueando as estradas tenham mais atenção com o nosso segmento. A partir do momento que a soja e o milho não chegarem mais nas fábricas de ração, vamos viver um caos”, disse.
Duas fábricas da empresa de alimentos BRF , em Francisco Beltrão e Dois Vizinhos (Sudoeste do Paraná), interromperam o processamento de aves por falta de matéria-prima, devido aos protestos de caminhoneiros que atingem o estado, informou a empresa nesta segunda-feira em nota (23). “Não adianta abater os animais se não conseguimos os caminhões para o transporte”, afirmou o vice-presidente de Relações Institucionais e Jurídico da BRF, José Roberto Rodrigues. O executivo viajou nesta segunda a Brasília, onde deve se encontrar com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, para discutir a questão.
Logística
No porto de Paranaguá a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) indica que nesta segunda-feira (23) apenas 10% da carga de grãos programada para ser carregada chegou ao porto via caminhão. Mais de 1,5 mil caminhões que tinham agendamento para chegar ao terminal não apareceram e tiveram a senha cancelada no sistema que programa a chegada das cargas.
Histórico
Os protestos estão sendo promovidos desde a semana passada e são motivados pelos baixos preços de frete e os custos com combustíveis, prejudicando o transporte de cargas e o escoamento de produtos do agronegócio em diversos estados brasileiros.
A Petrobras elevou ao final do ano passado os preços do diesel na refinaria, e posteriormente o governo federal reimplementou alguns tributos incidentes sobre os combustíveis, como a Cide, com impacto no valor da bomba.
valeverdefm

Nenhum comentário:

Postar um comentário