sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Termina neste fim de semana o horário de verão

Um sábado mais longo, com 25 horas de duração, vai marcar o final de mais uma edição do horário brasileiro de verão para os habitantes de dez estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, além do Distrito Federal.
À meia-noite de sábado (21) para domingo, os relógios deverão ser atrasados em 60 minutos, voltando a marcar 23 horas e repondo a hora que foi subtraída no dia 21 de outubro de 2014, quando a medida entrou em vigor.
A adoção do horário de verão permite aproveitar melhor a luminosidade natural, maior nesta época do ano, aliviando as condições de operação do sistema elétrico em um dos períodos de maior demanda, entre 18 e 21 horas ? ou entre 19 e 22 horas durante a vigência da medida.
O alívio ocorre porque deixam de coincidir, no fim do dia, as demandas máximas de diferentes classes de consumo: com um dia mais longo, a rotina das pessoas é antecipada, e o acionamento de chuveiros e geladeiras, assim como as atividades de comércio e indústria, ocorrem antes do acionamento da iluminação pública.
?Ao evitar a sobreposição da demanda máxima das diferentes categorias de usuários, esse artifício ameniza a exigência sobre instalações como usinas, subestações e linhas de transmissão em momentos de grande demanda simultânea, garantindo mais segurança operacional e confiabilidade ao funcionamento do conjunto?, esclarece o engenheiro Nelson Cuquel, do Centro de Operação do Sistema Elétrico da Copel.
No sistema elétrico operado pela Copel no Paraná, o resultado observado durante o tempo de vigência do horário de verão foi uma redução média da ordem de 4,8% sobre os níveis máximos de demanda, retirando do sistema elétrico 235 MW (megawatts) de potência no final do dia. Tal alívio equivale a retirar do sistema elétrico, no horário de ponta, uma cidade como Maringá, de 391 mil habitantes.
HORÁRIO DE PONTA - Nos últimos anos, o uso intensivo de aparelhos de refrigeração durante os meses quentes deslocou o período de maior consumo de energia para o início da tarde, fora da abrangência do horário de verão. Apesar disso, Cuquel esclarece que seus benefícios ainda justificam sua adoção.
O aumento significativo do custo de geração torna cruciais todas as medidas que tornem mais eficiente a operação do sistema, como ocorre com o horário de verão, que é efetivo na folga que confere ao sistema elétrico no período de grande demanda do fim da tarde?, afirma. 
Ele permite, assim, gerar menos energia para atender as mesmas cargas, o que vem em benefício dos reservatórios das usinas, que passam por um momento bastante desfavorável, e reduz a geração térmica, mais cara e poluente?.
Quanto ao uso de aparelhos de ar-condicionado e similares, a melhor medida que temos à mão, segundo Cuquel, é o uso consciente e inteligente destes equipamentos, evitando o desperdício de energia.
REGRAS - A história do horário de verão no Brasil teve início em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, mas só veio a se converter em medida regular e habitual a partir de 1985. Antes disso, a medida era adotada de forma eventual, tendo sido decretada em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967.
Em 2009, a Presidência da República estabeleceu regras determinando a área de abrangência, época de início e de término do horário de verão. Conforme o Decreto 6558/2008, a medida vale para os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, incluindo o Distrito Federal, e deve ter início no terceiro domingo de outubro de cada ano.
O encerramento acontece no terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, exceto quando este for o domingo de Carnaval. Neste caso, o encerramento do horário de verão é sempre postergado para o domingo seguinte.

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